Essas áreas têm alto risco para ocorrência de processos destrutivos em eventos meteorológicos extremos / Douglas Fernandes/Prefeitura de Santos
Cerca de 300 mudas de árvores já foram plantadas em áreas de vulnerabilidade no Monte Serrat, como parte do projeto-piloto ‘AbE subiu o Morro’ (AbE, sigla de Adaptações Baseadas no Ecossistema), que utiliza metodologia de soluções baseadas na natureza para recuperar o ambiente.
Até o final de março, serão introduzidas 1,3 mil mudas em regiões do morro mapeadas no Plano Municipal de Redução de Riscos.
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Essas áreas têm alto risco para ocorrência de processos destrutivos em eventos meteorológicos extremos. O trabalho é uma forma de enfrentamento às mudanças climáticas e envolve a comunidade, estimulando o sentido de pertencimento.
Nos locais de plantio germinam espécies nativas como ipês, juçaras, jacarandás, pitangueiras, goiabeiras, limoeiros e, em alguns pontos, hortas comunitárias, que contemplarão, inclusive, PANCs (plantas alimentícias não convencionais).
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São cinco áreas de plantio, a maioria antes ocupadas por moradias demolidas após o processo de convencimento, em função da vulnerabilidade do ambiente.
Como as habitações ficaram em áreas de alto risco, seus moradores foram realocados para conjuntos habitacionais.
O projeto-piloto, que fez de Santos referência internacional no enfrentamento às mudanças climáticas (t.ly/H-Qmu), foi desenvolvido em 2019 pela Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade com participação da Defesa Civil de Santos e apoio da Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável (Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit – GIZ, em alemão).
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No local de replantio, há pisos quebrados, tijolos, concreto e telhas que restaram das demolições. Isso ocorre pois a região tem histórico de deslizamento, e esses materiais servem como barreira em caso de chuvas intensas, minimizando a exposição e o risco das estruturas mais baixas.
As mudas estão sendo plantadas em berços abertos em cima das lajes, justamente para não comprometer o solo. Quando as raízes crescerem, irão criar uma trama subterrânea que irá sustentar o terreno e, junto com os materiais que já existem, ampliarão a segurança de quem mora perto.
Comunidade
A participação dos moradores do local nos esforços de adaptação aos efeitos adversos das mudanças do clima é essencial.
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Desde o início dos trabalhos, em 2020, a participação dos moradores faz parte da construção das estratégias, como em audiências públicas, reuniões, workshops e oficinas e, agora, dos plantios.
O plano de ação do projeto envolve, sempre que possível, prestadores de serviços dentro da própria comunidade.
Políticas Públicas
Santos foi a primeira cidade brasileira a criar, em 2016, uma Comissão Municipal de Mudanças Climáticas (CMMC).
A cidade segue como modelo no enfrentamento das emergências climáticas com várias ações consolidadas, sendo a primeira do País a criar um plano municipal sobre mudança climática, o Plano de Adaptação Climática (Pacs), que consiste em um planejamento bastante detalhado, com medidas de curto, médio e longo prazos para Santos.
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Há, ainda, o Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica (PMMA), iniciativa premiada em 2023 pelo Instituto Cidades Sustentáveis como o melhor projeto de cidades médias do Brasil
Referência
Em 2021, as ações da Prefeitura de Santos na área de emergência climática tiveram reconhecimento internacional.
O Pacs e o ‘Programa AbE subiu o Morro’ foram apresentados pelo Governo do Estado de São Paulo como exemplos de enfrentamento às mudanças climáticas durante a Conferência das Nações Unidas, em Glasgow, na Escócia.
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Com o ‘Programa AbE subiu o Morro’, Santos se tornou o único município brasileiro com ações voltadas para resiliência climática em área de morro, de acordo com o WRI Brasil e Ministério do Meio Ambiente, utilizando a metodologia ‘Adaptação Baseada em Ecossistemas (AbE)’.